24/12/2014

PEÇA PROIBIDA DE JOSÉ RÉGIO ESTREOU EM VILA DO CONDE




Um dia histórico para Vila do Conde

A peça que José Régio viu sempre censurada, foi apresentada pela primeira vez, e logo em Vila do Conde, no  sábado, 20 de dezembro, no Teatro Municipal.

O numeroso público que assistiu à leitura encenada de "Jacob e o Anjo" não deu o seu tempo por perdido, antes considerando ter participado num momento histórico, em que se prestou uma significativa homenagem a um dos maiores vultos da literatura portuguesa do século XX.

Com conceção de Jorge Sequerra e produção do Centro de Estudos Regianos e da Câmara Municipal de Vila do Conde, a leitura encenada da obra referida, contou também com a participação dos atores João d’Ávila, Carla Chambel e José Fidalgo, acompanhados pelo contrabaixista Carlos Barreto.

A Autarquia decidiu ainda promover esta sessão para também assinalar o 45.º aniversário da morte de José Régio, que ocorreu em 22 de dezembro de 1969, na sua casa de Vila do Conde.

No final, a Presidente da Câmara mostrou-se  “feliz e emocionada por ter conseguido realizar um sonho de José Régio, que não conseguiu ver em cena  esta sua peça de teatro, mas os seus familiares e o elevado público aqui presentes, tiveram o privilégio de assistir, em primeira mão,  à sua representação, facto que o nosso ilustre conterrâneo tanto desejou e não conseguiu ver realizado”.

Como surpresa da sessão, e aproveitando a presença do prestigiado ator, a Dr.ª Elisa Ferraz realçou a homenagem que o Município também fez questão de prestar a João d’Ávila, com a exibição do documentário “João d’Ávila – a poesia em movimento”, de Jorge Sequerra, feito especialmente para esta ocasião.

João d’Ávila - ator, escritor e artista plástico, com 80 anos de vida e mais de 60 de carreira – conheceu pessoalmente José Régio e divulgou apaixonadamente a sua obra, tanto no teatro, como nos inúmeros espetáculos de poesia, em Portugal e no Mundo.

O ator João d’Ávila ficou surpreendido e feliz com a gentileza e a distinção da Câmara Municipal, manifestando a sua gratidão e salientando que conheceu José Régio em 1963, tendo-lhe solicitado permissão para encenar e representar a peça “Mário ou Eu próprio – o Outro”, continuando, a partir daí,  a divulgar, até hoje, a  obra deste grande “poeta, dramaturgo e romancista”.


Esta sessão, de alcance e repercussão nacional, foi efetivamente um momento alto da Cultura em Vila do Conde.

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