Um dia histórico para Vila do
Conde
A peça que José Régio viu
sempre censurada, foi apresentada pela primeira vez, e logo em Vila do Conde,
no sábado, 20 de dezembro, no Teatro
Municipal.
O numeroso público que
assistiu à leitura encenada de "Jacob e o Anjo" não deu o seu tempo
por perdido, antes considerando ter participado num momento histórico, em que
se prestou uma significativa homenagem a um dos maiores vultos da literatura
portuguesa do século XX.
Com conceção de Jorge Sequerra
e produção do Centro de Estudos Regianos e da Câmara Municipal de Vila do
Conde, a leitura encenada da obra referida, contou também com a participação
dos atores João d’Ávila, Carla Chambel e José Fidalgo, acompanhados pelo contrabaixista
Carlos Barreto.
A Autarquia decidiu ainda
promover esta sessão para também assinalar o 45.º aniversário da morte de José
Régio, que ocorreu em 22 de dezembro de 1969, na sua casa de Vila do Conde.
No final, a Presidente da
Câmara mostrou-se “feliz e emocionada
por ter conseguido realizar um sonho de José Régio, que não conseguiu ver em
cena esta sua peça de teatro, mas os
seus familiares e o elevado público aqui presentes, tiveram o privilégio de
assistir, em primeira mão, à sua
representação, facto que o nosso ilustre conterrâneo tanto desejou e não
conseguiu ver realizado”.
Como surpresa da sessão, e
aproveitando a presença do prestigiado ator, a Dr.ª Elisa Ferraz realçou a
homenagem que o Município também fez questão de prestar a João d’Ávila, com a
exibição do documentário “João d’Ávila – a poesia em movimento”, de Jorge
Sequerra, feito especialmente para esta ocasião.
João d’Ávila - ator, escritor
e artista plástico, com 80 anos de vida e mais de 60 de carreira – conheceu
pessoalmente José Régio e divulgou apaixonadamente a sua obra, tanto no teatro,
como nos inúmeros espetáculos de poesia, em Portugal e no Mundo.
O ator João d’Ávila ficou
surpreendido e feliz com a gentileza e a distinção da Câmara Municipal,
manifestando a sua gratidão e salientando que conheceu José Régio em 1963,
tendo-lhe solicitado permissão para encenar e representar a peça “Mário ou Eu
próprio – o Outro”, continuando, a partir daí,
a divulgar, até hoje, a obra
deste grande “poeta, dramaturgo e romancista”.
Esta sessão, de alcance e
repercussão nacional, foi efetivamente um momento alto da Cultura em Vila do
Conde.
Informação: www.cm-viladoconde.pt/
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